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quarta-feira, fevereiro 03, 2010

The Prodigy @ Pavilhão Atlântico

Estava a apanhar o gosto de estar algum tempo fora e de mal chegasse ir a um concerto, desta vez, e como último concerto do ano de 2009, fui ver os Prodigy ao Pavilhão Atlântico. Já perdi a conta de quantos concertos deles é que já vi, são 4 ou 5 que já tenho na "conta pessoal" e cada um melhor que o outro.

"The World Is On Fire" deu início a mais um concerto de Prodigy em Portugal, entraram a "matar". Sempre uns "animais de palco"!!!


Alinhamento certeiro, energia inesgotável e uma vontade de pegar fogo a Lisboa. Foi assim o concerto dos Prodigy esta noite.
Liam Howlett, Keith Flint e Maxim fizeram a festa e, como é seu apanágio, ofereceram-se de corpo e alma a um público de braços no ar, totalmente rendido.


Quando os também britânicos Enter Shikari subiram ao palco para um enérgico concerto de abertura, a sala estava pouco mais de meio cheia. Filosofávamos já sobre o facto de ser compreensível, dada a impressionante quantidade de concertos que a recta final de 2009 ofereceu aos lisboetas, quando uma hora mais tarde voltávamos a olhar para uma plateia bastante bem composta.

Com o segundo álbum Common Dreads ainda fresquinho, os Enter Shikari, quarteto "happy hardcore" também vindo de terras de Sua Majestade, foram recebidos com uma histeria inesperada e atacaram de frente um público que lhes era estranho com força nas guitarras, bem condimentadas com electrónicas. Os recentes "Hectic", "No Sleep Tonight", "The Jester" ou "Juggernauts", primeiro single de Common Dreads conviveram lado a lado com "Sorry You're Not a Winner", um dos hinos do debute Take to the Skies , que teve honras de encerramento de um concerto que fez as delícias das pré-adolescentes que se sentavam à nossa frente.

Depois de se fazerem esperar, quais noivas antes de subir ao altar, os Prodigy entraram como verdadeiros furacões em palco e, mostrando que não brincam em serviço, presentearam um público sempre caloroso com um alinhamento cinco estrelas. Em formato best of - reunindo o melhor da carreira e o que de melhor tem para oferecer Invaders Must Die , o álbum que este ano os recolocou no mapa - a banda atiçou o fogo, puxando por uma plateia que já estava pronta para lhes dar tudo o que tinha.

Depois da introdução com "World's on Fire", que colocou toda a gente a saltar, Maxim e Flint atiraram-se de cabeça para "Breathe". Se os Prodigy fossem uma banda normal, diríamos "A queimar trunfos tão cedo?". A verdade é que, com "Poison" e "Firestarter" a chegar pouco depois, a banda prova que a sua lógica não é uma lógica rock, mas que nem por isso deixa de ser extremamente eficaz.

Entre os acessos primitivos de Keith Flint e os gritos animalescos de Maxim, perfeito anfitrião (numa linha semi-sádica) das actuações infecciosas, a banda foi-se passeando pelos singles de Invaders Must Die , com "Omen" a causar tanta ou mais euforia quanto os êxitos do passado e "Warrior's Dance" a transformar o Pavilhão Atlântico numa verdadeira rave.

"Run With the Wolves", um dos temas mais fortes do último álbum, prova também (com a sua bateria infernal, cortesia de Dave Grohl) ser um dos que melhor resulta ao vivo. Do passado, "Voodoo People" ajuda a recordar o excelente Music for the Jilted Generation e é com dois temas do não menos brilhante The Fat of the Land que termina o corpo principal do concerto: "Diesel Power" e o já muito aguardado "Smack My Bitch Up" deixam o público a chorar por mais.

"Querem mais? Eu disse: querem mais?" grita, autoritário, Maxim. A resposta é ensurdecedoramente positiva e a banda serve "Take Me to the Hospital", o momento que faltava ouvir de Invaders Must Die . O encore completa-se depois com o gingão "Out of Space" e a surpresa agradável de "No Good (Start the Dance)", música que apresentou os Prodigy a muito boa gente no Verão de 1994.

Bela segunda vida, esta que os Prodigy conseguiram construir depois de anos de pouca inspiração, sabiamente ignorados nas actuações ao vivo (não que nos importássemos de ouvir o mal-amado "Baby's Got a Temper" ou mesmo "Spitfire"). "Their Law" colocou um ponto final ao concerto com uma mensagem: eles fazem o que querem e merecem todo o respeito por isso.

Alinhamento
World's On Fire
Breathe
Omen
Poison
Warrior's Dance
Firestarter
Run With the Wolves
Voodoo People
Invaders Must Die
Diesel Power
Smack My Bitch Up

Encore:
Take Me to the Hospital
Out of Space
No Good
Their Law

Texto de: Mário Rui Vieira
Fotos de: Rita Carmo/Espanta Espíritos


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