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domingo, março 28, 2010

Road Trip do mês de Março!!!

Como parece que vem a ser “moda”, para os meus lados, desde o início do ano que todos os meses tenho saído de Portugal, verdade que ainda estamos no terceiro mês do ano, mas algo me diz que esta cadência não vai terminar para já...

Mais uma vez em Angola, para terminar o que tinha começado em Fevereiro e também para “conhecer” as restantes províncias que faltam conhecer.

Logo no dia seguinte a chegar a Luanda, já estava de partida para uma província, para a província do Uíge para ser mais específico.


Uíge - Uíge

Com esta já é a terceira vez que vou ao Uíge, por isso não havia muitas “novidades” por lá. Foi fazer o trabalho e preparar-me para a viagem do dia seguinte...







Zaire – Mbanza Congo

O destino deste dia era Mbanza Congo (nome estranho!!!), a capital da província do Zaire, a província mais “esquecida” de Angola... Entre a cidade do Uíge e de Mbanza Congo são aproximadamente 300Km, ou seja, cerca de 6h de viagem.

A viagem até não começou mal, com alguns quilómetros em alcatrão, que rapidamente passou para alcatrão “rasgado”, isto é, mais buracos que “estrada”!!!



Mas ao fim de uns 70Km o alcatrão já tinha desaparecido por completo e só tinha ficado a terra batida... Que é muito melhor que o alcatrão “rasgado”, ao menos assim dá para ir a uma velocidade constante, em vez do constante, pára, acelera, trava, passa devagar, acelera, trava, pára, acelera...




À medida que íamos nos aproximando do destino, parecia que a estrada ia estreitado, a vegetação estava cada vez mais perto!!! Uhhh!!! =P






Até que as coisas começaram a ficar cada vez mais apertadas!!! E a começar a questionar-nos se camiões passariam por ali?!?! Visto que até ali tinha sido sempre “em frente”, eles não iam desaparecer no éter!!!



Mas sim, passavam por ali, logo a seguir havia uma pequena vila... Quer dizer, se camiões passavam por ali ficamos sem saber, não vimos nenhum naquela vila, mas vimos carros e carrinhas, por isso, se estes lá estavam...

A partir daí, depois de termos chegado ao “fim da estrada”, isto após uma primeira observação desajeitada, e após perguntarmos a locais se o caminho seria mesmo por ali, demos início ao nosso passeio de TT, isto aproximadamente a 100Km do destino...

Diga-se que o caminho tinha somente espaço para o carro, por isso era bom que não viesse ninguém na direcção oposta (e não veio...), e estavam bem decorado com “capim”, também conhecido como ervas, canas, arbustos e vegetação em geral que não seja árvores. Pelo menos foi o que eu percebi!!!



O caminho para além de ser estreito, tinha “o tal” capim por todo o lado, só faltava haver capim por cima do carro.




De vez em quando o caminho lá melhorava, normalmente era sinal de que estávamos a chegar a uma pequena aldeia.



(que bela ponte!!!)

Mas depois havia alturas em que o capim no meio da estrada era maior do que eu, ou seja, se já se via pouco, deixava de se ver simplesmente... Isto para não dizer que a partir de uma certa altura deixaram de haver dois “rodados” de pneus para passar só a existir um... Reconfortante, com se pode imaginar... Mas desistir e voltar para trás, isso... Nunca!!!

Mesmo com estas condições!!!






Passados uns metros à frente, tivemos de desistir e de voltar para trás... Parece que havia um rio com umas margens altas (para ai de 1,5m) e que a ponte estava lá em baixo... Havia apenas um pequeno carril para se passar a pé, mas com jeitinho!!! E digo parece, porque não foi lá ver, visto que achei que calções e havainas era uma boa roupa para usar nesse dia, logo não conseguia andar no meio do mato sem me f#$% todo!!! Parece que desta vez encontramos um oponente à nossa altura!!! =P

E assim, a cerca de 80Km do nosso objectivo final, e depois de meia hora perdida a tentar fazer inversão de marcha com a pick-up voltamos para a cidade do Uíge...

Mas não, sem parar na aldeia seguinte e perguntar se era mesmo por ali o caminho e senão havia outro caminho... Na aldeia só havia mulheres e crianças, e pelo aspecto da “coisa”, não deviam ver “gente” à algum tempo, muito menos “branquelas”!!! O giro era que ninguém falava português... Depois já foram buscar um velhote que até “arranhava” no português. Conclusão, tivemos mesmo de desistir e de voltar para trás...

Começo a achar que não “batemos” lá muito bem da “mona” e que se calhar às vezes arriscamos um bocadinho demais... Visto que quase não deve haver ninguém a ir para aquelas zonas (também, quem é que está interessado a ir para o fom do mundo?!?!), ainda por cima, sem rede nos telemóveis (como seria de esperar...) e sem telefone de satélite...

Gostava de voltar até “casa”... =S



Malanje – Malanje

Depois da viagem anterior, dificilmente encontraremos pior e com esta de Uíge para Malanje já conhecia, no sentido oposto, e era uma viagem calma.




Pelo caminho até deu para ir por um atalho e encurtar cerca de 70Km e desta vez o atalho não nos meteu em trabalho, até deu para fazer uma paragem nas quedas de água de Calandula e apreciar (mais uma vez) aquele espectáculo!!! =) =) =)






E seguir caminho até Malanje, pois já só faltavam 80Km. Desta vez até chegávamos a horas de almoçar, que luxo!!!




Estava tudo a correr tão bem, que até era de estranhar... Pois ao chegar à cidade deparamos logo com um pequeno problema logístico, o hotel no qual estávamos a contar ficar estava lotado, então fomos a outro “mais ou menos” do mesmo género e a resposta foi a mesma... Isto não estava famoso, e começamos a descer o nível e a procurar em hotéis de 2 estrelas, de 1 estrela, em pensões e a resposta era sempre a mesma, não havia vagas. Isto tudo, porque o governo decidiu fazer uma espécie de comício numa sexta-feira em Malanje. Ou seja, vão na sexta-feira e assim ficam lá de fim de semana. A solução era arranjar uma “coisa” mesmo “rasca” com quartos vagos, ou ir para trás mais 130Km ou 600Km para a frente, isso nunca com certezas de nada...

Mais uma vez, com um bocado de sorte à mistura, lá se arranjou uns quartos no Hotel Residencial Gigante, que tinha a particularidade de no interior se chamar Hotel Residencial

Ex-Gigante. Algo entre a rua e a recepção aconteceu e o “coitado” do hotel foi despromovido!!!

Não era bem o tipo de hotel ao qual estou acostumado, mas sempre é melhor um quarto com um colchão torto, uma casa de banho sem água quente e com um “gerikan” cheio de água e um caneco, do que dormir no carro...

(a vista maravilhosa do hotel)
(a porta da suite que custou 100 dólares por uma noite!!!)
(os aposentos "reais")


(lá está o “gerinkan” e o caneco, não estava a mentir!!!)


É dormir e fugir!!! =P



Lunda Sul – Saurimo

A esta viagem podemos a chamar de a “viagem mais longa, e que nunca mais tem fim”, isto porque Saurimo está a cerca de 600Km de Malanje, o que demorou 8h a fazer... =S

Sendo que começou logo muito bem ao sair de Malanje, ao encontrarmos o posto fronteiriço, os dois senhores agentes do controle de migração como estavam inspirados para inventar leis e de as interpretarem com bem entendiam, após ficarem com os nossos passaportes durante 1h, lá nos deixaram seguir após uma “gasosa” de oferta... A “gasosa” está cara por esta altura do ano!!!



(momento National Geographic do dia!!!)

Tirando isso e a quantidade de quilómetros a viagem correu bem, deu para chegar ao destino às 6h da tarde com uma fome de doído, visto que o almoço tinha sido fraquinho... Duas águas de 33cl e uma coca-cola não são os melhores almoços. O problema é que começa a ser uma rotina nestas viagens “mais” longas...






(mas tem uma igreja do Reino de Deus)





Chegando a Saurimo, nada como ir à procura de hotel (que tinha vagas). Eu sempre “sonhei” passar uma noite num contentor só para mim, num sítio onde apanhava um “tracinho” de rede de 5 em 5 minutos, com uma televisão que não funcionava, com água de uma cor duvidosa a sair da torneira e nem sequer me preocupei se havia água quente ou não... Ah!!! Um gajo já está habituado e está!!!






Moxico – Luena

Oito horas para fazer 260Km, entre Saurimo e Luena... É que nem sequer digo mais nada...




Para depois chegar a um hotel que tinha o cenário perfeito para um filme de terror... Que dia de...

Ao menos a cidade até se escapa!!!





Para melhorar um pouco mais as coisas, no dia antes ao regresso a Saurimo, esteve a chover o quase dia todo, e não era “chuvinha”, eram valentes cargas de água. Isto só para melhorar a viagem de regresso...


Lunda Norte – Dundo

Depois de uma paragem em Saurimo, na Lunda Sul, foi dia de viajar até à cidade do Dundo na província da Lunda Norte, mais uma viagem de 300Km. Mas desta vez demorou cerca de 4h30, o que foi muito bom, tendo em conta as últimas “excursões”...

E com esta viagem “fecho” a minha volta a Angola, agora já não me falta nenhuma província!!! Que venha outro país, “been there, done that”!!! =P

Em relação à cidade do Dundo, tendo em conta as últimas cidades onde tenho estado, esta é mesmo a melhorzinha!!! E até é gira!!!





Depois destas viagens todas, a partir de agora é regressar até Luanda (Saurimo – Malanje – Luanda), daqui a três dias estou lá!!!

E na última viagem, de Malanje para Luanda, fomos mandados parar 7 ou 8 vezes pela polícia. E visto que tínhamos a documentação em ordem, toca de inventar umas "novas" leis para "largar gasosa"...

Novas leis do código de estrada Angolano aplicadas a nós: "Não pode andar com o carro sujo na cidade!!!"; "Tens as luzes ligadas"; "O extintor?!?!"; "Porquê que o nome do proprietário do veiculo não está colado no tablier?!?!"; etc...

É que nem vale a pena discutir, senão bem que apanhamos uma valente seca de várias horas à espera de nada...


Depois disto tudo há que salientar que o Benfica eliminou o Marselha, ganhou a Taça da Liga ao Porto por 3 golos a 0 =P e ganhou ao Braga para o Campeonato... Isto está a compor-se!!! (“,)(“,)(“,)


Após estas duas viagens, o total de quilómetros ronda os 7500, o que quer dizer que se estivesse na Europa, ou melhor, em Lisboa, podia ter feito Lisboa - Oslo, voltado e mesmo assim ainda podia ter dado umas voltinhas por lá, pois teria feito menos quilómetros. Ou então, em linha recta, podia ter ido até ao Xinjiang, algures no meio da China (40º42'50.24"N, 85º38'57.89"E).



Coisas a reter:

  • Aprender a beber duma garrafa de água em terreno acidentado, isto dentro de um veículo em movimento
  • Aprender a dormir no banco da frente em terreno acidentado (praticar a parte de não bater tantas vezes com a cabeça no vidro, porque às vezes acordava)
  • Não voltar a viajar sem levar um telefone de satélite =P
  • Aprender a cosar os olhos em terreno acidentado sem espetar os dedos nos mesmos

Adeus “Sónia Cristina”

Este post à muito que já era para ter sido escrito/publicado, visto que “abandonei” a “Sónia Cristina” no final do mês de Novembro do ano passado. Mas pronto, o tempo foi passando e o post nada...

Foi com alguma pena que vendi o meu primeiro carro à uns meses atrás, carro este que era vulgarmente apelidado por “Sónia Cristina” (devido às letras da matrícula!!! Que coisa mais nerd dar nomes aos carros, ou de “aspirador” (devido ao seu poderoso motor de 998c.c. com 65cv), ou então simplesmente de “Toyota Yaris”...

Esteve comigo pouco mais de 3 anos, e coitado, com era o primeiro carro teve de sofrer com bastantes “maçariquísses” (que ainda hoje existem)!!!

Depois de um ano a trabalhar e todos os dias acordar 2h mais cedo somente para chegar a horas ao emprego, lá consegui fazer essa aquisição. Até tinha conseguido um com tecto de abrir, que são díficeis de encontrar em 2ª mão como o caraças!!! Não sei explicar qual é a minha “panca” com os tectos de abrir?!?! Mas sei que dá jeito quando se está parado debaixo de um semáforo, assim não é preciso fazer figuras ridículas com a cara colada no vidro da frente!!! =P

Sei que o vendi, porque quis e porque estava à procura de outra coisa, mas sinto um bocado de “nostalgia” quando penso nele, afinal de contas, foi o meu primeiro carro!!! Foi com ele que eu e dois amigos fomos para o Sudoeste “curtir milhões”, foi nele que foi de férias com as bagagens de 4 pessoas para 1 semana (mala mágica), foi nele que parti a minha primeira (e única) cancela =S, foi com ele que parti o primeiro espelho a outro carro =P, foi nele que foi sair com os meus amigos na primeira sexta-feira que o tive, levei-o, mas já não fui eu que o trouxe =S, etc, etc, etc... Foi um carro impecável!!!



Agora é divertir-me com a que veio substituir a “Sónia Cristina”. Bem-vida “Tatiana Xemanova” (esta tem nome de estranjeira, mas não é!!!) =P (“,)

sexta-feira, março 12, 2010

Road Trip do mês de Fevereiro!!!

Mais uma viagem às custas do trabalho, depois de 1 semana em Madrid, agora tenho “direito” a mais 3 semanas em Angola, e ainda agora “estamos” em Fevereiro!!!

Desta vez o trabalho foi dividido em duas partes, 3 semanas agora em Fevereiro e mais 2 em Março, e no final deste trabalho é oficial, passo a conhecer as 18 províncias que constituem Angola, bem como, ainda ganho cerca de 6000Km de experiência em estradas angolanas!!! E de certeza uma valente dor de costas!!! =P

E vá lá, vou de avião até Cabinda, porque não há caminho directo para lá!!!

Mas começando do início, foi chegar a Luanda no dia 8 de Fevereiro, onde estava um calor considerável. Também comparando com Portugal nesta altura, qualquer coisa assim dos 15ºC é muito bom...

Dos poucos dias que trabalhei em Luanda, desta vez deu para ter quase o sábado inteiro de folga, vá lá só tive de trabalhar um pouco depois do jantar. À tarde deu para aproveitar uma ida até à piscina do hotel, já que está lá, só não usa quem não quer... Ou não pode, porque quando tem algum tempo livre já está escuro como bréu!!!

O problema dessa ida à piscina, foi querer aproveitar ao máximo e visto que provavelmente iria ser o único momento de ócio, um “gajo” abusa... Nada como no inicio de Fevereiro ficar com uma pequena cor avermelhada, principalmente nas pernas. Já alguma vez acordaram por estarem demasiado quentes?!?! Foi mais ou menos o que me aconteceu!!! Adormeci e só acordei porque as minhas pernas estavam ao sol... Vamos lá ver o que é que isto vai dar... Tá-se mesmo a ver, mas pronto!!!

Mas antes, a meio da semana, a minha digressão nacional ( 1ª etapa – que termina no número 7 =P ) já tinha começado. O plano era mais ou menos este, mas houve umas alterações nas ordens e o fim da 1ª etapa passou para primeiro, não fosse haver avião para ir, mas depois não haver de volta!!! E há gente que gosta de voltar!!!


(As rectas às cores não são as estradas, para minha infelicidade =( )

E desta vez a ida a Cabinda foi mesmo ir, jantar, trabalhar, dormir e bazar!!! Não fosse a FLEC confundir-me com um jogador do Togo!!! (Piadinha má...) E de regresso a Luanda, onde deu para aproveitar um pouquinho do fim de semana...

Domingo, ainda com a pernocas vermelhas, dei início à “digressão” de carro, ou melhor dizendo, de jipe!!! Pelo menos era assim que eu pensava, visto que em Luanda andava num Lexus LX 470, cheio de gadjets e altamente confortável, pensava que era aquele em que ia fazer as viagens. Nã!!! Erro meu, no domingo à tarde à porta do hotel estava à minha espera uma pick-up!!! =S Ainda nem tinha começado a viagem e já estava a imaginar-me cheio de dores no corpo.

(My Toyota c’est fantastisque!!!)

Era o que havia, e o melhor era não fazer muito barulho senão ainda era capaz de fazer os 3000Km desta étapa em algo bem pior. E para ajudar o auto-rádio era de cassetes, e só tínhamos 3 cassetes. Um “Best Of” de Phil Collins (muito mal gravado, mas mesmo assim já a sei de côr e das 3 é a minha favorita!!! ) =S


Kwansa Norte – N’dalatando

A umas escassas 3 horas de caminho fica a “cidade” de N’dalatando, capital da província de Kwansa Norte. Cidade essa que é muito pouco desenvolvida, até estava com receio que não tivesse hotéis. Bem que ficava a dormir no carro!!! Mas até não, havia hotel e com muito bom aspecto!!! Até um LCD de 36” tinha no quarto, espectáculo!!! Para quem não tinha muitas expectativas até tinha corrido muito bem, até porque, para a maior parte dos sítios que nunca estive não levava quaisquer referências, a não ser algumas e poucas coisas que se encontra na net, era chegar e perguntar!!! Só era pena é que o hotel fosse de construção chinesa!!! ( Até parece que em vez de andar a trabalhar em telecomunicações, ando a trabalhar em turismo a ver a qualidade dos hotéis!!! Ele à gajos com muita lata... )

As coisas até estavam a correr bem, havia hotel, havia sítio para jantar, só não houve ninguém para abrir a porta do sítio onde se ia trabalhar. É que nem vale a pena comentar... No dia seguinte era ir já para outro sítio, sabe-se lá quando é que iriam abrir a porta e há um plano a seguir. ( Ou seja, no final de tudo já ia ter de voltar aqui. Se calhar já não vão ser somente 3000Km...)






Huambo – Huambo

Dia seguinte, bem cedinho pela manhã, visto que não estava cansado do trabalho da noite anterior, ( Ah!!! Já me lembro porque é que não estava cansado do trabalho!!! É que não houve trabalho!!! ) toca de ir em direcção ao Huambo, capital da província homónima, a.k.a antigamente por Nova Lisboa, que ficava a cerca de 480Km de N’dalatando. E aqui começavam as aventuras, visto que não conhecia as estradas, e normalmente na melhor das hipóteses poderia ser uma “picada”, como quem diz terra batida com muitos saltinhos!!!

Vergonhoso, era asfalto, novo e do bom, de meter muita inveja às nossas estradas nacionais. Em menos de 5h estava na cidade do Huambo.






(Será que lá atrás devia ter virado à direita?!?!)


(Em grande!!!)


Tenho a dizer que gostei bastante da cidade!!! Isto sim, já é uma cidade. Apesar de ainda ter alguns vestígios da guerra, é uma cidade gira e agradável. Pena ficar pouco mais de um dia, mal dá para conhecer. E mais um hotel chinês!!!


(Um “pequenito vestígio” da guerra)

Bié – Kuito

Desta vez houve alguém para abrir a porta e tudo correu bem, por isso de manhã era altura de ir para um novo destino. Para o Kuito, capital do Bié, sítio este onde já tinha estado anteriormente e onde tinha tido uma bela duma “aventura”!!! Da última vez tinha chegado ao aeroporto e não tinha ninguém à espera!!! Desta vez já não cai no mesmo erro, levei carro!!!

O Bié é uma espécie de fim do mundo, pois aquilo não tem nada e é muito pobrezinho... E ainda por cima ia lá ficar 2 dias. ( Não fosse eu ter metido os pés pelas mãos e ter-me esquecido de uma caixa no Huambo, logo no segundo dia tive de lá voltar, e toca de acrescentar mais 150Km para cada lado... Ele à gajos mesmo distraídos!!! )

Cheguei ao Kuito na terça-feira, dia de Carnaval, e provavelmente o dia mais animado dos últimos meses por aquelas bandas. Nesta altura do ano é verão e também é a época das chuvas, e que de que chuvas... Quando ia para começar a trabalhar, começou a cair uma carga de água de mandou a electricidade da cidade abaixo ( mas é normal, pois toda a gente tem geradores ) e até as “telecomunicações” foram abaixo. Não havia chamadas para ninguém!!! Mas que carga de água que caiu!!! Mal terminou, começou “tudo” a voltar à normalidade...

Excepto a electricidade... Depois do trabalho, lá para as 2h fui até ao hotel. Azar o meu e o dos meus colegas, tínhamos ficado no 1ºpiso e o gerador só alimentava o rés-do-chão... A luz só voltou às 9h30... Arghhh!!!

Depois de irmos almoçar ao Huambo, porque aparentemente alguém se tinha esquecido de alguma coisa lá, foi altura de regressar ao Kuito de “apanhar” novamente uma chuvada. Chegando ao hotel, o que é que estava mal?!?! No quarto tinha duas velas e uma caixinha de fósforos...


Não havia novamente electricidade e não mais voltou... Ou seja, eram 4h da tarde, estava no Kuito onde não há nada para fazer, não havia televisão pois não valia electricidade. O meu único entretenimento era dormir ao gastar a bateria de tudo o que tinha... A primeira baixa foi um dos telemóveis... Decidi pegar no MP3 e ficar a olhar para a mancha de humidade que tinha por cima da cama... Acabei por adormecer... Grande erro, é que depois à noite não tinha sono, então foi a bateria do PC a tentar ver um filme, fiquei com o filme a meio, próxima vítima visto que sono não havia foi a PSP que também não durou assim muito tempo...

Que belo dia!!! Foi um autêntico retiro espiritual...


Kuando Kubango - Menongue

Mais uma viagem para um sítio que nunca tinha estado, grande medo era fazer 320Km em estrada má, mas mais uma fez havia alcatrão. Assim não tem piada, um gajo vai fazer um “safari” e só apanha alcatrão!!! Vá lá de vez em quando havia uns buracos...




(Um deja-vu?!?!)

A primeira impressão da cidade não foi muito boa, e sinceramente não melhorou muito... Primeiro problema, arranjar hotel, e as hipóteses não eram animadoras... Ou estavam a ser construídos ao então estavam destruídos...


(Hotel Resdêncial)

Muito medo, e ainda por cima estava planeado ficar duas noites nesta cidade... Perguntávamos na rua se havia outros hotéis, e ou nos indicavam este ou então pensões, lá andamos às voltas na “cidade” até que começamos a ir prós “subúrbios” e encontramos um sítio para passar as duas noites que era um espectáculo!!! =D =D =D

Somos uns sortudos!!!


(Deve ser a única coisa que o “leão” este ano apanha, e é porque já estava morta!!!)


(A minha “casinha”)





Na tive a sorte foi de ter água quente no quarto, portanto no segundo dia mudei de quarto para um ainda mais catita!!! =P





Mais vale desistir, a água fria também não faz mal a ninguém. Se tive de esperar um dia inteiro para mudar de quarto, não valia a pena queixar-me outra vez por não ter água quente... Não se pode ter sempre sorte...

No primeiro dia que chegamos ao Menongue, depois de conseguirmos encontrar sítio para ficar, o segundo problema foi encontrar sítio para comer... Duas horas após andamos à procura desistimos. Nos poucos sítios que encontramos para comer a resposta era sempre a mesma, tínhamos que ter reservado para fazerem almoço... Que restaurantes porreiros... Será que naquelas cozinha não havia mesmo nada, nem um bife?!?! Visto que nos últimos dias a minha dieta tem sido bife com batatas fritas e arroz, mais um dia também não fazia mal... ( Já ando a dar em doido por causa de ter de comer sempre a mesma coisa...)

Acabamos por ir ao “super-mercado” comprar pão para fazer uma sandes!!!

Terceiro problema e provavelmente o mais chato. Da cidade de Menongue partíamos para Ondjiva que fica no Cunéne!!! Pois, mas não há estrada para lá!!! No mapa há, mas na realidade não há. Solução é fazer mais 1500Km, perder dois dias de viagem, e dar uma “granda” volta!!! Lá voltamos nós novamente ao Huambo!!!

Quarto problema, ( LOL ), estamos no final de Fevereiro e já estou um pouco bronzeado e com a pele a sair!!! =P

Quinto problema, e para não variar é claro que a electricidade também faltou, ou melhor dizendo, o gasóleo do gerador chegou ao fim!!! O que vale é foi de dia e que só demorou 2h a encher o deposito do gerador...


Huambo – Huambo (novamente)

Mais do mesmo!!!

O problema dos hotéis chineses, é que não têm isolamento, dá para ouvir tudo o que se passa nos quartos ao redor, às vezes até parece que estão no nosso próprio quarto.

Até são giros, mas são para ser apreciados à distância, porque senão não paras de encontrar “defeitozinhos”...


(Que segurança que esta ponte transmitia!!!)

Huíla – Lubango

Andava eu sempre a queixar-me de apanhar estradas boas, pois parece que me fizeram a vontade e deu para apanhar um troço de 100Km em terra batida em mau estado, no total foi uma viagem de cerca de 500Km que demorou 7h... Qualquer dia fico farto de andar de carro!!!




Chegando ao Lubango, a capital do Huíla e uma das cidades mais interessante de Angola, depois de fazer check-in no hotel do Gasparzinho ( sim, o fantasminha amigável, tem o nome de Casper Lodge e tem com símbolo o raio do fantasma ), começo a dar uma volta pelo hotel e aquilo tinha um aspecto espectacular, por mim já ficava o resto dos meus dias em Angola por ali. Eu até já estava a pensar em ir por uns calções para ir dar uns mergulhos na piscina, ei quando começa a cair uma carga de água de meia noite!!! Fod#$%!!! Como é óbvio já não houve piscina, houve sim, 200m a grande velocidade até ao quarto para não ficar completamente encharcado. Chegado ao meu quarto espectacular, toca de ligar a televisão e... E o raio da chuva deu cabe da ligação satélite, logo não havia televisão... Frustrado, decidi ir dormir.... O que vale é que à hora de jantar já havia sinal!!!

Mas que raio de sorte que ando a ter com estas cenas!!!


Cunene – Ondjiva

Cunene, essa “bela“ província que faz fronteira com a Namíbia e que tem como capital Ondjiva.


(Começou bem a viagem, sem dúvida...)

Foi sem qualquer tipo de dúvida a viagem mais dura e pior que fiz aqui, ainda por cima desta vez deu-me para ir a conduzir. Foram mais umas 7 longas horas para fazer menos de 400Km, sendo que 160Km foram em terra batida com crateras, e/ou areia e/ou lama, a uma fantástica média de, sei lá, 30Km/h!!! Com um extra de meia hora de paragem para apertar a “caixa” da pick-up que depois de tanto salto já estava completamente solta.








O que vale é que depois de tanto buraco e salto, apanhei 100Km de asfalto com rectas de 20Km cada uma. Aquilo é que aquela pick-up andou!!!

Chegado à cidade de Ondjiva, toca de ir até ao hotel pousar as malas. E se o nome do hotel do dia anterior era pouco convencional, o deste é inaceitável!!! “Águia Verde”!!! Como é que é possível juntar a palavra àguia e a palavra verde na mesma frase!!! Um ultraje!!! È que não fico nem mais uma noite!!! =P

Hotel à parte, a “bela” da cidade de Ondjiva é conhecida por... Não ter absolutamente nada!!! É que nem alcatrão tem nas ruas principais, somente na que dá ao aeroporto. O pessoal foge todo para a Namíbia, o que se percebe!!! Se bem que o câmbio de dólares para kwansas aqui é muito agradável!!! =P

Ao menos conseguimos ir ver o maior imbondeiro de África, que também devia ser uma das maiores colmeias de abelhas de África, porque junto da árvore era um zumbido que até metia medo...





(o “formigueiro” era pequenino, o problema é que havia muitos iguais!!! )


Huíla – Lubango (novamente)

Finalmente a regressar à casa de partida. O único senão era ter de voltar a fazer a mesma viagem do dia anterior, mas no sentido oposto...

Ao menos o hotel é bom!!! =) =) =)




Benguela – Benguela

Continuando o regresso até Luanda, desta vez a paragem foi em Benguela, uma possível fotocópia de uma cidade portuguesa à uns valentes anos atrás, tirando as palmeiras =P, e cheia de portugueses a viver lá...








(não ficam em Benguela, mas também não fica assim tão longe Kwansa Sul!!!)





Menos do que 24h em Benguela foi pena, parecia um sítio bom para conhecer melhor...


Kwansa Norte – N’dalatando (novamente)

Era a última paragem antes de chegar a Luanda!!! Depois era fazer a mala e... Apanhar um avião e estar 8h sentado no mesmo sítio até chegar a Lisboa!!! Onde está um frio!!!

Após cerca de 4500Km em estradas do mais diverso tipo de “pavimento”, a ver paísagens diferentes das que estou habituado, a ver cenas e situações com as quais não convivo nem estou preparado para tal, pois a minha realidade não é propriamente aquela, acho que posso dizer que esta viagem vai trazer algumas mudança à minha pessoa...

Vou pensar duas vezes da próxima vez que me queixar da minha vidinha... Mas mesmo assim, foram 4500Km bem “gastos”.

Acho que a primeira coisa que vou fazer quando chegar a Lisboa, vai ser abrir uma torneira e beber água “potável” até me sentir satisfeito...


Em Março há mais uma viagem semelhante!!!


quarta-feira, fevereiro 24, 2010

Internet no "3º Mundo"

Aqui está uma coisa que não consegue coexistir, Internet e "3º Mundo", após 20m de espera consegui escrever este fantástico post. Como é óbvio, não vou conseguir fazer upload do que queria.
Quando chegar a "casa" faço o que tinha para fazer...