terça-feira, junho 09, 2009
segunda-feira, abril 27, 2009
Magalhães!!! Magalhães!!!

Depois de ter sido iniciada a distribuição de computadores Magalhães pelas escolhas portuguesas, pelas grandes superfícies comerciais e pelo mundo fora... Agora também nas lojas de "Cash Convert".
É a crise!!!
Link da notícia: Pais fazem negócio a vender Magalhães oferecidos aos filhos
E viva os espertos!!!
Achei piada ao mail!!! E viva a evolução tecnológica...

Emir Kusturica @ Campo Pequeno

Mas apesar de já não ir a um concerto à demasiado tempo, voltei a ver algo que já tinha visto anteriormente, algo que começa a acontecer com alguma regularidade. Estas promotoras têm de começar a inovar e começar a trazer mais bandas e que ainda não tenham cá vindo ou que já não venha cá à muito tempo...
E não, não me estou a lamuriar do concerto, afinal de contas se fui era porque queria. E se queria, deve ser porque gosto da cena... É sempre bom ir a um concerto que parece quase uma festa cigana cantado em servo-croata. Voltou a faltar a fogueira no meio do recinto, acho que uma fogueira aumentava ainda mais o espírito de festa ali no concerto. Apesar de que neste concerto o vocalista decidiu brindar-nos com um fato espectacular, digno do próximo filme do Batman, um lindo fatinho de licra azul celeste com umas, não menos lindas, assinhas de morcego... Divinal!!! =)
Apreciem o fantástico fato!!!
segunda-feira, abril 06, 2009
Mini... My precious!!!

Apesar de ter sido uma pequena voltinha de 15m , valeu bem apenas, por mim, e apesar de ser a versão carrinha (Sim, tem mais 5cm do que o carro.É uma diferença doida!!!), por mim andava o resto do dia com ela.
Mas vamos continuar à espera que alguém queira fazer uma troca directa por um Yaris "do bufo", ou que um euro milhões saía, a mim ou a um dos muitos que já me prometeram dar um quando tal acontecesse...
Aquilo curva bem, mesmo bem!!! Mesmo assim não consegui por o vendedor do stand às cambalhotas... É que ele ia no banco de trás.
Mas que quiser contribuir para a causa "Por um Mini melhor... Para o Nuno (E para mais 3 passageiros em alguns dias!!!)" pode entrar em contacto directamente com o mesmo para saber o NIB da conta em causa.
Faça alguém feliz, já que não o é!!! =D
A gerência agradece.
Oppsss!!!
domingo, abril 05, 2009
domingo, junho 29, 2008
Donna Maria @ Casino do Estoril

Os Donna Maria são um trio composto por Marisa Pinto (voz), Miguel Ângelo Majer (samples, bateria e voz) e Ricardo Santos (piano acústico, sintetizadores e voz). Com dois álbuns editados, "Tudo é para sempre" e "Música para ser humano", misturam música tradicional portuguesa com música electrónica do qual resulta uma óptima banda sonora para ouvir e apreciar...
Dona de uma voz espectacular, Marisa Pinto e restante trio, acompanhados por vários convidados deram um concerto bastante interessante, cheio de vivacidade e de vontade, parecia mesmo que não queriam sair de cima do palco!!! O que resultou num concerto que gostei imenso, até porque não os conhecia ao vivo e com alguns momentos de improviso entre eles... (",)
"Donna Maria - Há amores assim"
Há amores assim
Que nunca têm início
Muito menos têm fim
Na esquina de uma rua
Ou num banco de jardim
Quando menos esperamos
Há amores assim
Não demores tanto assim
Enquanto espero o céu azul
Cai a chuva sobre mim
Não me importo com mais nada
Se és direito ou o avesso
Se tu fores o meu final
Eu serei o teu começo
Não vou ganhar
Nem perder
Nem me lamentar
Estou pronta a saltar
De cabeça contra o mar
Não vou medir
Nem julgar
Eu quero arriscar
Tenho encontro marcado
Sem tempo nem lugar
Je t’aime j’adore
Um amor nunca se escolhe
Mas sei que vais reparar em mim
Yo te quiero tanto
E converso com o meu santo
Eu rezo e até peço em latim
Quando te encontrar sei que tudo se iluminará
Reconhecerei em ti meu amor, a minha eternidade
É que na verdade a saudade já me invade
Mesmo antes de te alcançar
É a sede que me mata
Ao sentir o rio abraçar o mar
Sem lágrima caída
Sou dona da minha vida
Sem nada mais nada
De bem com a vida
"Donna Maria - Há amores assim"
Rico Loop @ MusicBox

Apesar do "one man show" não ser um formato de actuação novo, o que distingue e valoriza a proposta de Loop é a riqueza e sofisticação do seu background musical.
No seu reportório de originais, Rico deambula entre o pop, o reggae, o afro, a dance music e o jazz. Além disso, nas suas performances, Loop dispara energia convidando o público a fazer parte do espectáculo."
Experiência proporcionada com o "alto" patrocínio da Drª Marta Castro!!! =P
Descubram o que é!!!
Site: Rico Loop Web Page
MySpace: Rico Loop MySpace
RIR 2008 - 6 de Junho
Desta vez, como o dia tinha sido de férias "forçadas", aproveitei para ir mais cedo, tipo, a horas decentes!!! Até deu para andar a fazer "qualquer coisa" na rampa de neve...
Não sei o que é que se passava, mas este último dia estava cheio de putos, será que tinha sido o último dia de aulas e que tinham todos feito uma visita de estudo até lá?!?! Tinha de andar sempre cheio de cuidado para ver se não pisava nenhum!!! =P
Este último dia tinha num palco mundo os Orichas, os Kaiser Chiefs, os Muse, os Offspring e o Linkin Park. Para mim bastavam dois e eu já esta feliz!!! Nesse dia, só mesmo se me tirassem o chão debaixo dos pés é que eu saia da frente do palco!!! Depois de ouvir Orichas, calmamente sentado no monte onde tinha visto Metallica no dia anterior, era altura de começar a desbravar caminho até perto do palco. De Kaiser Chiefs, tirando o que passa nas rádios, pouco ou nada conhecia. Mas foi um concerto bacano!!! :)
Estava na altura de "pegar no povo" e tentar ganhar mais uns metros para ver Muse, mas parece que eu não era o único a querer ver Muse e a tentar ir lá para a frente. Parecia que toda a gente que estava ali teve a mesma ideia... O resultado foi termos visto o concerto em vários sítio diferentes, mas sempre lá à frente, isto porque porque era completamente impossível estar no mesmo sítio mais do que 3 segundos!!! O pessoal estava doido!!! E cheio de energia... =) Que "curte" que foi este concerto!!! (e para mim, acho que foi o melhor da noite!!!)
Depois de tanto empurrão e de tanta cacetada, num concerto que à partida até ia ser calminho. Afinal de contas era Muse, não era Machine Head!!! Estava até com "medo" do que iria ser Offspring, principalmente porque havia "coisas de metro e meio ali"!!! E diga-se que eles entraram logo a matar com músicas do Smash, eles estavam mesmo com o espírito!!! Era para partir. Depois eram mosh pits à frente, depois dos lados, depois atrás e no final já estávamos era no meio daquilo tudo!!! =) Houve momentos que até parecia um concerto punk!!! (hehehehe!!!) Concerto muito bom!!! Ainda tentei fazer um telefonema para Londres para "gozar" com uma pessoa, mas esta não quis nada comigo!!! =P Só tive pena de ser pequenino o concerto, apesar que eu sou altamente suspeito, pois eles podiam estar ali 4h seguida a tocar e eu ia sempre achar pequenino... =) =)
"The Offspring - Have you ever/Staring at the sun @ RIR 2008"
Depois de mais um "enxerto de porrada gratuita", estava na hora dos meninos que iam fechar o festival. Ou seja, estava na altura de levar ainda mais!!! Pelo menos era o que eu pensava, mas enganei-me redondamente!!! Pelos vistos Muse e Offspring esgotaram aquela gente toda, porque em Linkin Park já mal havia forças para saltar e levantar os braços...
Os Linkin Park também estiveram bem e fecharam o festival em grande. São daquelas bandas que interagem bastam com o público e que têm um espectáculo muito bom!!!
"Linkin Park - Crawling/In the End @ RIR 2008"
Assim, sim!!! Assim é um dia de concertos em condições, para mim!!!
(",)
RIR 2008 - 5 de Junho
Depois de uma semana de loucos e de mais um dia "anormal" de trabalho (dizem por ai que uma semana laboral tem 40h, mas em pouco mais de dois dias nessa semana essas 40h foram ao "ar"!!!), lá me dirigi eu até ao parque da Bela Vista para ir ter com alguns amigos meus e ver Metallica, mais uma vez, porque essa era a única razão de eu estar lá nesse dia. E custou dar 52€ só para ver uma banda!!! Isto de fazerem festivais que apanham dias de semana não está com nada!!! Eu "gajo" sai tarde e cansado do trabalho e depois ainda tem de queimar um dia de férias por causa do dia seguinte, porque não há ninguém, nem grua nenhuma que o tire da cama no dia seguinte...
Como ainda deu para chegar a horas decentes, por volta das 19h30, porque não dar uma volta pelo recinto e ver que "parvoíces" é que andavam a distribuir desta vez!!! Ainda acabei por trazer a m... de uma boia em forma de pato para casa!!! Quase um mês depois ainda está cheia em cima do roupeiro à espera de ser esfaqueada!!!
No palco mundo para além dos Metallica, tocavam também os Machine Head, Apocalyptica e Moonspell. Ainda deu para ver e ouvir um pouco de Apocalyptica que estavam a começar, mais ou menos, quando cheguei. E estava a ser bem bacano!!! Depois de Apocalyptica ainda deu para dar um salto ao palco sunset e ver o último concerto do dia com o Tim e Jorge Palma.
Após algumas voltas pelo recinto de uns tantos "choques" com pessoal que lá não via à algum tempo (eu sei que isto vai soar mal, mas sempre que ia ao WC saia de lá com um "amigo" que já não via à uns tempos!!!), estava aproximar-se a hora de Metallica, ou seja estava na hora de voltar para junto do resto do povo. Povo esse que já não estava onde "eu os tinha deixado". Sortudos!!! Já estavam bem perto do palco, enquanto eu tinha arranjado um "muito bom" lugar na última fila!!! :@ (quando se vai para ver concertos, naaaaão se anda a pavonear pelo resto do recinto!!! senão... habilitas-te a não ver nada de jeito do concerto... nem parece coisa minha!!!)
Lá começou o concerto, e como estava cheio o parque da Bela Vista!!! Com milhares de pessoas a cantar, a saltar e a curtir o concerto. E sim, eu era mais uma delas... Apesar do concerto estar a ser muito, mas mesmo muito bom, estava-me a faltar ali alguma coisa... Estava na "última fila" do monte, com o meu irmão que era a pessoa "conhecida" que tinha mais perto a uns 3m, e não estava a conseguir aproveitar o concerto em condições!!! Falta estar lá no meio!!! Com o resto do povo...
Foi um concerto bem bom, muito bom, do qual eu não curti quase nada... =(
Ficam aqui alguns vídeos de algumas músicas que eu nem sequer vi... =( =(
"Metallica - Nothing else matters @ RIR 2008"
"Metallica - One @ RIR 2008"
quarta-feira, maio 28, 2008
terça-feira, maio 13, 2008
Opinião Ricardo Araújo Pereira sobre o(a) IKEA
não vá para lá sem duas ou três mulas. Eu alombei com a meia tonelada. O que poupei nos móveis, gastei no ortopedista. Neste momento, tenho doze estantes e três hérnias.
É claro que há aspectos positivos: as tábuas já vêm cortadas, o que é melhor do que nada. O IKEA não obriga os clientes a irem para a floresta cortar as árvores, embora por vezes se sinta que não faltará muito para que isso aconteça. Num futuro próximo, é possível que, ao comprar um móvel, o cliente receba um machado, um serrote e um mapa de determinado bosque na Suécia onde o IKEA tem dois ou três carvalhos debaixo de olho que considera terem potencial para se transformarem numa mesa-de-cabeceira engraçada.
Por outro lado, há problemas de solução difícil. Os móveis que comprei chegaram a casa em duas vezes. A equipa que trouxe a primeira parte já não estava lá para montar a segunda, e a equipa que trouxe a segunda recusou-se a mexer no trabalho que tinha sido iniciado pela primeira. Resultado: o cliente pagou dois transportes e duas montagens e ficou com um móvel incompleto. Se fosse um cliente qualquer, eu não me importaria. Mas como sou eu, aborrece-me um bocadinho. Numa loja que vende tudo às peças (que, por acaso, até encaixam bem umas nas outras) acaba por ser irónico que o serviço de transporte não encaixe bem no serviço de montagem.
Idiossincrasias do comércio moderno.
Que fazer, então? Cada cliente terá o seu modo de reagir. O meu é este:
para a próxima, pago com um cheque todo cortado aos bocadinhos e junto um rolo de fita gomada e um livro de instruções. Entrego metade dos confetti num dia e a outra metade no outro.
E os suecos que montem tudo, se quiserem receber.
terça-feira, maio 06, 2008
The Offspring - The Worst Hangover Ever
"The Offspring - The Worst Hangover Ever"
Ballroom scene, but the fire underneath,
Gonna eat you all alive,
Gonna bring you to your knees.
Went out drinking late last night, I had a blast,
But now the morning light has come and kicked my ass!
(WOAH OHHH OHHH)
I've got the worst hangover ever!
I'm crawling to the bathroom again
It hurts so bad that I'm never gonna drink again
And by my seventh shot I was invincible
I would've never thought I'd be this miserable
(WOAH OHHH OHHH)
I've got the worst hangover ever!
I'm rollin' back and forth on the bed
I'm worked so bad that I'm never gonna drink again
Won't someone just kill me
Put me out of my misery!
I'm makin' deals with God
I'll do anything!
Make it stop please
Make it stop please!
Make it stop please
Make it stop please!
(WOAH OHHH OHHH)
I've got the worst hangover ever!
I'm crawlin' to the bathroom again,
It hurts so bad that I'm never gonna drink again.
I'll probably never drink again.
I may not ever drink again.
At least not 'til next weekend
I'm never gonna drink again!
segunda-feira, maio 05, 2008
Gavin Rossdale - Wanderlust

O single de apresentação é "Love Remains The Same". Entretanto, já está on-line e aqui( =P ) um vídeo de apresentação do álbum Wanderlust.
A produção do primeiro álbum do antigo vocalista dos Bush e dos Institute(2005) ficou a cargo de Bob Rock(Metallica e Aerosmith).
"WanderLust Album Preview Trailer"
"Gavin Rossdale - Love Remains The Same"
"Gavin Rossdale - Love Remains The Same"
A thousand times i've seen you standing
Gravity like a lunar landing
Make me want to run till i find you
Shut the world away from here, drift to you, you're all i hear
Everything we know fades to black
Half the time the world is ending, truth is i am done pretending
I never thought that i had any more to give
Pushing me so far here i am without you
Drink to all that we have lost, mistakes that we have made
Everything will change, love remains the samefind a place where we escape
Take you with me for a space
A city bus that sounds just like a fridge
Walk the streets through seven bars
I had to find just out where you are
The faces seen to blur they're all the same
Half the time the world is ending, truth is i am done pretending
I never thought that i had any more to give
You're pushing me so far here i am without you
Drink to all that we have lost, mistakes that we have made
Everything will change, love remains the same
So much more to say, so much to be done
Don't you trick me out, we shall overcome
Cause our love stays ablaze
We should have had the sun
Could have been inside
Instead we're over here
Half the time the world is ending, truth is i am done pretending
Too much time to love defending, you and i are done pretending
I never thought that i had any more to give
You're pushing me so far here i am without you
Drink to all that we have lost, mistakes that we have made
Everything will change, everything will change
Oh, i.........
This could last forever
Oh, i........
We could last forever
Love remains the same
Love remains the same
MySpace: Gavin Rossdale
sexta-feira, maio 02, 2008
Oldboy - O velho amigo

«Oldboy» é um filme com um certo número de surpresas narrativas, sendo recomendável evitar a leitura de textos pormenorizados antes do primeiro visionamento. Como é natural e habitual, procura-se, neste texto, evitar a descrição de especificidades do guião que devam ser descobertas no momento adequado pelo espectador.
O último filme de Park Chan-uk, e o segundo de uma Trilogia da Vingança iniciada com o magistral «Bokseuneun Naeui Geot» [«Sympathy for Mr. Vengeance»] (2002), chegou a Cannes sem que se registassem grandes expectativas nos relatórios de imprensa que antecipavam o festival. Nem os Cahiers do Cinema pareciam ter ouvido falar do realizador ou dos seus títulos anteriores, como o referido anteriormente ou «Joint Security Area», já projectado em Portugal, na Cinemateca Portuguesa. É natural que se esperasse mais de nomes mais conhecidos nos meandros da "arte e ensaio", como Wong Kar-wai ou Pedro Almodóvar, mas listar especificamente as "promessas asiáticas" que faziam parte da competição, referindo quase todos os títulos presentes menos «Oldboy», é sintomático da fraca expressividade do cinema sul-coreano no Ocidente ou a sua importância mitigada — até agora, diríamos — no contexto temático de um dos festivais de cinema "mais importantes da Europa", como diria, com muita contenção e receio de exagerar, um pivot de uma estação televisiva nacional.
![]() |
Oh Dae-su é fechado, durante 15 anos, numa cela privada. |
![]() |
O momento sushi. |
Este não é um tipo de filme que gere consensos, devido à crueza e ao desejo por parte do realizador de não aligeirar as violentas consequências das acções nascidas de um desejo cego de vingança. Algumas pessoas ficaram impressionadas (ou até chocadas) com a violência representada e a multiplicação de comentários ilustrando esse sentimento pode contribuir para preparar os espectadores para desmembramentos constantes e sangue a salpicar nas paredes de cinco em cinco minutos. Mas «Oldboy» é menos violento do que o filme anterior de Park Chan-uk, onde existem cenas prolongadas de tortura, mutilações gráficas e sangue a jorrar a boa distância. Aqui, bom, a tortura é mais breve, a mutilação menos gráfica e o sangue não esguicha a mais de meio metro.
Alguma violência em «Oldboy» é mais sugerida que representada. Se atentarmos num exemplo em que Roger Ebert pega, uma cena que envolve a extracção não voluntária de parte da dentição em bom estado de uma personagem, vemos apenas o início do acto e a sua consequência (poder-se-ia comparar com a célebre cena da orelha em «Reservoir Dogs» que muitas pessoas jurariam ser detalhadamente gráfica, apesar de, na realidade, a câmara se afastar). O facto de muitos se afirmarem incomodados com o "excesso" de violência em «Oldboy» servirá sobretudo para aferir do impacto emocional do filme, ainda que o registo de Park seja, formalmente, frio e distanciado. Ebert, uma referência da crítica norte-americana, também é conhecido pelos seus momentos de particular sensibilidade. O exemplo máximo é o episódio em que trucidou «Veludo Azul», de David Lynch, devido ao "abuso" contra Isabella Rosselini, "obrigada" a rodar nua uma cena emotiva.
![]() |
Choi Min-sik (Dae-su). |
![]() |
Kang Hye-jeong (Mi-do). |
Estamos perante uma obra de género, um thriller negro, mas também um ensaio sobre a vingança, seus limites e consequências. Seria pouco interessante desenvolver um filme de duas horas apenas para dizer que a vingança não leva a lado nenhum, que violência gera violência, etc. Park Chan-uk usa a temática como enquadramento narrativo, criando um filme para o grande público (na Ásia, pelo menos), com um argumento bem escrito, que se desenvolve e revela nas doses certas. O elenco é virtualmente o ideal. Choi Min-sik e Kang Hye-jeong estão muito bem, tal como a generalidade dos secundários. Yu Ji-tae, por outro lado, já não me pareceu tão insubstituível.
Choi Min-sik, que já foi visto num filme estreado em Portugal, «Embriagado de Mulheres e Pintura/Chwihwaseon» (2002), encarna na perfeição uma personagem que não tem nada a perder e que consegue transmitir uma impressionante força e destreza física, fazendo-nos aceitar os excessos de alguns confrontos. Choi é um actor com uma amplitude notável, como se poderá constatar, por exemplo, confrontando o Dae-su de «Oldboy», com o gangster falhado de «Failan» (2001). Kang Hye-jeong apareceu anteriormente na produção de baixo orçamento, rodada em DV, «Nabi» [«Butterfly»], uma pequena curiosidade de ficção científica melancólica e filosófica, projectada no Fantasporto de 2002 [vd. texto], e tem aqui um trampolim para uma carreira prometedora.
![]() |
Dae-su não sai de casa sem o martelo de estimação. |
Não há moral nos filmes de Park — os julgamentos ficam a cargo do espectador. «JSA», outro filme onde se parte numa investigação ao passado e onde o flashback tem uma relevância narrativa superior, já reflectia esta imparcialidade do cineasta. É com «Sympathy for Mr. Vengeance» que «Oldboy» tem maiores semelhanças formais e narrativas. Park constrói um mundo negro, imerso nas trevas, que se vai revelando, à medida que os “heróis” vão ser obrigados a enfrentar esse meio. Em ambos os filmes existem criminosos organizados que fornecem serviços socialmente repulsivos a quem estiver disposto a pagar por eles: órgãos humanos no primeiro filme, encarceração privada no segundo. A moral não precisa de ser pregada: os resultados dos actos falam por si e em momento algum se glorifica a violência que pontua o caminho das personagens — Choi em «Oldboy», Song Kang-ho em «Sympathy...».
![]() |
"Ri-te, e o mundo ri-se contigo. Chora, e chorarás sozinho."